Educação de qualidade ainda é um diferencial no Brasil. Ela cria pessoas aptas ao mercado de trabalho e as tornam capazes de lidar com o próximo da maneira mais altruísta possível, além de desenvolver diversas outras competências. Por isso, cada vez mais tem se discutido a qualidade de um sistema de ensino na educação infantil.
O investimento adequado nessa etapa tem um grande impacto na vida das pessoas. Para o ganhador do prêmio Nobel de economia, o norte-americano James Heckman, que desenvolveu a Equação de Heckman, a cada US$ 1 aplicado no ensino na primeira infância, tem-se US$ 7 na vida adulta.
Na prática, esse número também é sinônimo de menores índices de violência, evasão escolar e doenças evitáveis. Talvez isso explica que a situação de um país como o Brasil, que tem todos esses índices altos e educação pública reconhecidamente aquém do necessário.
Quer saber mais sobre o impacto do sistema de ensino na educação infantil? Continue a leitura!
A Base Nacional Comum
Refletindo sobre esses índices em mente, o Ministério da Educação (MEC) tem discutido uma série de diretrizes com o objetivo de melhorar o sistema de ensino, a Base Nacional Comum. O documento ainda visa criar um padrão moderno de aprendizagem para instituições públicas e privadas. A discussão ainda vai longe e aos pais, ainda resta o próprio filtro no momento de escolher uma instituição de ensino.
O MEC tem estudado a adoção de uma série de ensino que já compõe a grade de muitas instituições do país, ou ao menos são parte de uma preocupação, como por exemplo a questão da tecnologia.
A automatização dos modos de produção vai alterar profundamente o mercado de trabalho. Especialistas calculam que, em 50 anos, o jovem trocará algumas vezes de carreira.
Isso porque as profissões vão deixando de existir e surgem outras novas. O cálculo é de 50% dos trabalhos que estão no mercado hoje, não estarão mais disponíveis em pouco tempo. Nesse cenário, vai se destacar quem tiver uma educação de base de qualidade e que tenha aprendido competências que vão além da questão tecnicista.
As novas competências
Essa é uma das razões do documento elaborado pelo MEC. Existe uma preocupação dos educadores com as competências socioemocionais — como liderança e cooperação — que servirão muito mais no mercado de trabalho de um futuro próximo.
Serão três macrocompetências que ajudarão a guiar o ensino nas instituições, de acordo com as diretrizes do documento atual, que ainda pode ser modificado: pessoais e sociais (socioemocionais), cognitivas (os conteúdos das disciplinas) e comunicacionais.
Para a secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro, em entrevista a Folha de S. Paulo, é praticamente impossível desenvolver o lado cognitivo sem se ater ao socioemocional e o comunicativo.
De acordo com o educador Mozart Ramos, do Instituto Ayrton Senna, na mesma reportagem da Folha de S. Paulo, a abordagem socioemocional envolve intenções também com colegas de classe. Um trabalho colaborativo, por exemplo, pode ser muito mais fácil de ser feito pelo aluno que tiver esse aprendizado.
Para ele, isso não tem a ver com colocar coisas a mais na escola, mas articular ensinos. “Se vou trabalhar com futebol, isso tem que dialogar intencionalmente com o desenvolvimento integral”, disse o estudioso. Aprendendo a fazer isso nos primeiros momentos de sala de aula, o aluno levará o aprendizado para a vida inteira.
A importância da leitura
A leitura é outro aspecto que tem sido continuamente destacado como imprescindível para uma aprendizagem de qualidade. Não apenas aquela relacionada ao material didático, mas da própria literatura.
De acordo com a especialista em literatura infantil e juvenil pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Cristiane Madanêlo de Oliveira, em entrevista ao UOL, os símbolos da ficção ajudam a criança a defender suas vontades e afirmar sua independência.
Além disso, segundo especialistas, a leitura apura o senso crítico, amplia o conhecimento, enriquece o vocabulário, aprimora a escrita de redações, entre outros benefícios.
A tecnologia como benefício
A tecnologia mexerá com o mercado de trabalho e ela ainda pode ser aliada na educação e na própria leitura. O Sistema de Ensino Pueri Domus, por exemplo, sabe bem como fazer isso.
São mais de 50 áreas de conhecimento. O material tem uma série de funcionalidades que visam enriquecer a leitura — como, por exemplo, acesso em tablets; seleção de obras favoritas; anotações eletrônicas nas páginas; entre outras coisas.
É também por meio da tecnologia que o sistema criou um método extremamente instigante, chamado Leitura e Companhia. O projeto estimula a leitura de livros paradidáticos com o apoio de um portal exclusivo.
A ideia é desenvolver as habilidades leitoras e motivar os alunos por meio de vídeos. O material apresenta os autores e suas obras de maneira bastante lúdica.
O aprendizado nesse aspecto ainda pode ser avaliado com indicadores especialmente elaborados para o projeto, com base na matriz de referência do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica).
Esse movimento de se apropriar da tecnologia é aprovado por especialistas. O diretor pedagógico de uma das maiores empresas de educação do mundo, Juliano Costa, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, disse que a inovação é extremamente eficaz na promoção do ensino e do desenvolvimento da independência do aluno e pede atenção. Para ele, isso só funciona se a tecnologia estiver também a favor do professor.
O Sistema de Ensino Pueri Domus disponibiliza para seus alunos, material digital para complementar a prática didática de uso do material impresso — o que é feito partir dos livros, que contém remissões ao digital em alguns capítulos.
O material físico indica, em determinados trechos, a existência de objetos de aprendizagem, exercícios ou mapas conceituais digitais.
O audiovisual também é um grande aliado nesse sistema. Há um arsenal de vídeos gravados e ao vivo das aulas. Além de acompanhamento em tempo real de eventos da instituição e lançamentos de produtos e campanhas.
Com essas ferramentas, o aluno tem uma possibilidade cada vez maior de aprender suas maiores demandas. A Secretária de Educação Básica, Rita Coelho, afirmou, ao portal G1 — de acordo com a Gazeta do Povo, que o acompanhamento em tempo real e de maneira personalizada garante um aprendizado maior. “Nesta etapa elas não se desenvolvem da mesma forma e mesmo ritmo”, disse.
O sistema de ensino na educação infantil é uma construção que deve considerar todos aspectos citados no texto. Afinal, os benefícios a longo prazo, em um mundo em constante transformação, são evidentes!
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