Há alguns anos, quando a internet no Brasil era novidade para muitos e acessível para poucos, não havia como mensurar a importância que teria como ferramenta de estudos, afinal, não havia incentivos por parte do Governo Federal para que seus recursos chegassem à população. E isso, claro, dificultava sua exploração. Com o passar dos anos, o panorama mudou. Chegou a era inclusão digital, que, por sua vez, acabou pondo em xeque sua utilidade para a formação dos jovens. Afinal, além de não tê-los aproximado da educação, muitos ficaram ainda mais afastados do papel e do lápis, ou seja, pararam de estudar!
No entanto, devemos compreender que isso aconteceu porque não houve orientação para o uso correto da tecnologia, fazendo dela uma simples plataforma de entretenimento para crianças e adolescentes. Mas o que ganharia a educação com a implementação correta da internet na escola? É o que discutiremos a seguir!
Introdução correta à tecnologia
Uma escola que oferece a tecnologia a seus alunos tem de lidar com a grande responsabilidade de introduzi-los à internet corretamente. Quando o verdadeiro poder da internet é descoberto, o interesse por conteúdos educativos é quase imediato, afinal, praticamente tudo que desejam aprender estará logo ali, abertamente disponível. E isso inclusive pode poupar os pais de explicarem muitos porquês ao longo dos anos.
Contudo, caberá aos professores intermediarem esse acesso aos tipos de conteúdo existentes, fazendo com que os alunos, desde seus primeiros contatos com a web, entendam que tipo de fontes são confiáveis, aprendam a observar o embasamento dos artigos antes de certificar a veracidade dos mesmos, entre outras práticas que caminham além da segurança. Assim, naturalmente, os estudantes se desenvolverão com visão crítica e alta capacidade de análise.
Aos professores também fica aberta a possibilidade de interagir mais com seus alunos, por meio de videoaulas com conteúdos complementares para os estudantes, apresentando jogos pedagógicos que facilitem a compreensão do que é trabalhado em sala de aula, por exemplo. Para as instituições, a criação de uma plataforma para que alunos interajam com o corpo docente, com todas as ações sendo devidamente moderadas pela escola, com a finalidade de permitir que dúvidas sejam tiradas através de fóruns e tópicos de discussão.
Atenção às políticas de privacidade
É dever das escolas orientarem sobre as políticas de privacidade de certas plataformas (como, por exemplo, o Facebook, que não permite que menores de 13 anos tenham acesso). A importância de monitorar esse tipo de ação está estritamente ligada à segurança dos jovens, que, ao terem acesso ilimitado a tudo o que está aberto na internet, podem ser expostos de forma a comprometê-la. Da mesma forma, isso impede que os alunos acessem conteúdos indevidos.
Estímulo ao autodidatismo
Ao contrário do que pensam muitos pais, a diferença entre um autodidata e alguém completamente dependente de auxílio é a mesma que entre um estudante e um simples aluno, isto é, quem pratica os estudos por conta própria é aquele que realmente estuda, enquanto os que não se encaixam nesse perfil se limitam a assistir à aulas e estudar apenas para as provas. Porém, é preciso ressaltar que a internet não forma um autodidata, mas sim auxilia no processo para que o jovem se torne um.
Assim, se por um lado há o estimulo, existe um detalhe que pode ser um ponto contra a internet: o simples fato de ler e digitar coisas no computador pode dar ao aluno a ilusão de que o conteúdo está realmente sendo absorvido. Mas isso só vai realmente acontecer “praticando ativamente o que é estudado”, segundo Piazzi.
O uso consciente da internet fará com que o estudante não abra mão dos livros em papel, do caderno e do lápis, pois ler e escrever em uma folha faz com que a maior parte do que é lido seja efetivamente memorizado.
Impacto das aulas interativas
Os métodos tradicionais de ensino já protagonizaram muitos exemplos de tempo perdido, sobretudo quando aproximadamente 50 minutos de aula se resumem a um professor copiando um texto de livro didático no quadro negro, sem o mínimo de dinamismo e interação. Mas esse é um retrato que pode mudar completamente com a tecnologia nas salas de aula. Afinal, a internet já oferece muitas ferramentas extremamente úteis (algumas com suporte à multimídia em vários formatos) para que educadores elaborem um bom plano de aula. Assim conseguem prender a atenção de todos os alunos à sua volta.
Quando determinadas matérias se tornam maçantes para os alunos, é mais que natural que os jovens percam o interesse no assunto. Com isso, ocorre um desestímulo ao aprendizado de conteúdos que serão fundamentais para que, no futuro, mesmo que esses estudantes não se tornem especialistas na área, tenham condições de competir nos maiores e mais concorridos vestibulares do país.
A dinâmica entre professores e alunos é uma forma de coibir essa tendência, já que cada aluno terá participação mais ativa durante a aula, estimulando a curiosidade, o conhecimento, o senso crítico e, de quebra, a coragem de expor seus pensamentos, pontos de vistas e expor suas dúvidas diante dos colegas. Um exemplo de introdução desses recursos em sala é a utilização inteligente dos smartphones (que normalmente geram dores de cabeça aos professores para convencer os alunos a desligarem seus aparelhos a fim de não atrapalhar o andamento da aula). Em aulas de geografia, por exemplo, os alunos podem ser orientados a utilizar um aplicativo de mapas, assim como o dicionário de língua portuguesa ou inglesa quando necessário ou câmeras nas aulas de educação artística.
Outro ponto importante é que, por meio da interatividade e com recursos tecnológicos à disposição, a instituição de ensino estará mais bem preparada para suprir os problemas vividos por alunos com necessidades educacionais especiais. Essas situações podem ser resolvidas com o auxílio de tecnologias assistivas, como softwares e hardwares especiais para promover a acessibilidade, garantindo a esses alunos seus direitos de estudar.
Papel dos pais nesse processo
Conforme crianças e jovens se adaptam a uma rotina usando os benefícios da internet, caberá aos pais estimularem o uso correto da ferramenta, evitando os excessos para que não se abra mão dos recursos físicos (como os próprios livros). Pode parecer difícil a princípio, pois, diferentemente dos que cresceram com a alta tecnologia em mãos, os pais muitas vezes não possuem o mesmo grau de instrução nesse âmbito, evidenciando a necessidade de orientação. Aí entra a importância da participação ativa dos responsáveis nas escolas, afinal, o contato entre pais e professores ajuda na troca de informações, permitindo que os profissionais orientem as famílias sobre o uso consciente da internet também em casa.
E para que o uso da tecnologia não distancie os jovens da leitura e da escrita, fundamentos principais para consolidar o aprendizado, é recomendável que a primeira tarefa dos filhos ao voltarem da escola seja de fazer as lições de casa. Neurologicamente, conforme explica o professor Pierluigi Piazzi, em Aprendendo Inteligência, essa prática faz com que as informações sejam passadas do sistema libido (região do cérebro onde as informações são armazenadas temporariamente) para o córtex (onde são armazenadas definitivamente), pois praticam ativamente o que está armazenado.
Havendo a participação coletiva da instituição, com seu corpo docente, e dos pais dos alunos, a implementação da internet na escola pode ser uma excelente base para uma futura evolução no sistema educativo do país! E você, deseja participar dessa revolução? Junte-se a nós por meio dos comentários e tire suas dúvidas ou compartilhe suas impressões!