Você já ouviu falar nos testes de QI, não é? Em teoria, eles seriam capazes de “medir” a inteligência de uma pessoa. No entanto, em 1983, o psicólogo Howard Gardner, da Universidade de Harvard, passou a defender que esses testes não eram suficientes para avaliar a capacidade cognitiva de um ser humano.
Isso porque, para ele, não havia apenas a inteligência lógico-matemática — a que era testada até então —, mas sim oito tipos de inteligências diferentes. Afinal, Isaac Newton era um gênio em relação aos fenômenos da natureza e à Matemática, porém, há outras formas de genialidade. Mozart, por exemplo, era igualmente um gênio, mas em relação à sua capacidade musical.
Essa é a base da teoria das inteligências múltiplas. Quer entender melhor? Então leia este post e conheça cada uma delas, além de conferir dicas para ajudar seu pequeno a desenvolvê-las!
Afinal, o que são as inteligências múltiplas?
A teoria das inteligências múltiplas afirma que existem diversos tipos de competências cognitivas e que elas se complementam. A defesa dessa teoria ajudou a quebrar o paradigma de que uma pessoa é mais ou menos inteligente do que a outra porque tem mais facilidade com determinado tipo de conhecimento.
Hoje, sabemos que alguém pode não conseguir realizar cálculos matemáticos com rapidez, mas ter uma capacidade incrível de expressar sentimentos por meio de desenhos ou ter alguma outra inteligência mais desenvolvida. Nas escolas, a teoria das inteligências múltiplas também impacta na escolha de métodos de aprendizagem e avaliação.
Afinal, entende-se hoje que não é possível resumir a capacidade cognitiva de um indivíduo a aspectos específicos. Veja agora os tipos de inteligência listados por Gardner:
- inteligência linguística — pessoas com esse tipo de inteligência bem desenvolvida podem apresentar facilidade de se expressar por meio das palavras, seja escrita ou oralmente, além de serem mais rápidas no aprendizado de idiomas;
- inteligência lógico-matemática — é a aptidão para lidar com números e atividades lógicas — ela permite a compreensão de padrões, categorias e sequências, facilitando o pensamento indutivo e dedutivo;
- inteligência musical — é a inteligência relacionada à percepção de ritmo, tons, timbres e padrões musicais, comum em pessoas que conseguem, por exemplo, aprender a tocar músicas apenas por ouvi-las;
- inteligência interpessoal — tem a ver com a facilidade de entender os sentimentos de outras pessoas — indivíduos com essa inteligência são muito perceptivos e têm facilidade em se relacionar com terceiros, podendo se destacar em cargos de liderança, por exemplo;
- inteligência intrapessoal — essa, por sua vez, se aproxima bastante do conceito de inteligência emocional, pois trata da facilidade de entender os próprios sentimentos e utilizar essa capacidade para resolver problemas e situações do cotidiano;
- inteligência espacial-visual — esse tipo de inteligência se refere à competência para reconhecer padrões visuais e manipular informações espaciais, por exemplo, na hora de desenhar, lembrar de caminhos, estacionar etc.;
- inteligência corporal-cinestésica — trata-se da aptidão para identificar padrões de movimento, distância e profundidade, o que resulta em uma facilidade para expressão corporal, útil na prática de atividades físicas, como esportes e dança;
- inteligência naturalista — a inteligência naturalista se refere à facilidade para compreender leis naturais, como perceber ciclos, notar mudanças de clima, usar elementos da natureza para sobrevivência etc.
Como desenvolver as inteligências múltiplas na infância?
Para Howard Gardner, o desenvolvimento das inteligências múltiplas depende de fatores ambientais e neurobiológicos. Isso quer dizer que, para o psicólogo, as pessoas podem ter algumas competências inatas, porém, a influência familiar e as vivências na educação formal são muito relevantes no seu aprimoramento.
Ao longo da vida, todos nós aperfeiçoamos mais certos tipos de inteligência do que outros, mas temos todas elas. Por isso, é muito importante tentar desenvolver os vários tipos de inteligência ao longo da infância.
Isso é muito positivo para o processo educativo e para a formação de modo geral. Por isso, veja só algumas dicas que podem ajudar nessa tarefa!
Estimular o hábito da leitura
O hábito da leitura é um dos mais produtivos meios de desenvolver a inteligência linguística. Por meio dela, os pequenos têm contato com a expressão de emoções e sentimentos por meio das palavras. Mas não só isso: a leitura também é excelente para o estímulo da inteligência interpessoal.
Por meio dela, as crianças desenvolvem a empatia, já que experimentam vivências e sentimentos diversos, aprendendo a se identificar com realidades diferentes das suas próprias. A leitura favorece a consciência de nossos próprios desejos, medos e outros sentimentos, sendo uma grande aliada para o desenvolvimento da inteligência intrapessoal.
Trabalhar o raciocínio lógico
O raciocínio lógico está muito relacionado à Matemática e à resolução de problemas. Ele pode ser desenvolvido por meio de jogos que exigem o entendimento de sequências e a detecção de padrões, como o Sudoku e o Xadrez. Além de jogos, há uma série de aplicativos e recursos tecnológicos que ajudam no treinamento dessa capacidade.
Aplicar recursos tecnológicos
Falando em tecnologia, ela é uma enorme aliada do desenvolvimento infantil em seus mais diversos aspectos, quando bem empregada. Em casa, aplicativos e jogos eletrônicos educativos são excelentes para divertir os pequenos, ao mesmo tempo em que podem estimular o desenvolvimento de diversas competências.
Atualmente, existem inúmeras opções: para o raciocínio, para coreografias e danças, para a ampliação da capacidade linguística e muito mais. Nas escolas, a apropriação tecnológica positiva é um enorme diferencial, sendo que as instituições de ensino atentas às tendências educacionais oferecem inúmeras soluções nesse sentido, como aulas de programação, uso de ferramentas digitais etc.
Estimular o contato com a natureza
O contato com a natureza contribui para a saúde dos pequenos, estimulando a prática de atividades físicas, o que também ajuda no desenvolvimento da expressão motora e da inteligência corporal. Passeios ao ar livre e brincadeiras com elementos como a terra e a água favorecem o entendimento sobre os elementos naturais e seus fenômenos.
Como você viu, a teoria das inteligências múltiplas quebrou alguns paradigmas e mostrou que não dá para resumir a capacidade cognitiva de alguém em aspectos específicos. Para as famílias, é importante estar atento às aptidões dos pequenos que já são mais evidentes e podem ser reforçadas, além de identificar quais habilidades devem ser mais desenvolvidas.
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