Foi-se o tempo em que dominar uma segunda língua (especialmente o inglês) por si só já era um grande diferencial para profissionais em busca de colocação no mercado. O fato é que, hoje, até mesmo pelas características globalizadas do mundo, dominar outro idioma desde cedo é muito mais que uma opção. Passou a ser uma verdadeira necessidade!
Com isso em mente, pais conscientes da importância da educação, procuram cada vez mais por formas de colocar os filhos em contato com o bilinguismo desde pequenos. E para quem está apenas começando a pensar em investir em uma formação focada no bilinguismo, uma dúvida que pode surgir no momento da escolha é: qual o melhor caminho a seguir, o da escola bilíngue ou o de uma instituição que ofereça currículo de ensino internacional? Pois é exatamente sobre as diferenças entre essas alternativas que vamos falar neste post. Então acompanhe e tire suas próprias conclusões!
A escolha do tipo de ensino depende de diversos fatores
Para começo de conversa, é preciso estabelecer que ser bilíngue é mais que simplesmente falar outra língua. Na verdade, o bilinguismo permite o trânsito por 2 idiomas sem dificuldades. Uma coisa é aprender uma língua diferente da materna na escola, outra é adquirir 2 idiomas naturalmente. Por isso, optar por uma escola bilíngue ou uma instituição de currículo internacional vai muito além de colocar as crianças desde cedo em cursos de ensino de línguas. Para adquirir 2 (ou mais) idiomas de forma natural, é preciso ter contato simultâneo desde muito cedo com as línguas — pelo menos nos 7 primeiros anos de vida.
Se o bilinguismo for o principal objetivo, as escolas bilíngues são evidentemente as mais eficazes. Porém, se a ideia dos pais for oferecer uma educação que, além de permitir o domínio de outro idioma, permita que o aluno ingresse em uma universidade estrangeira com mais facilidade no futuro ou mesmo encerre sua fase escolar no exterior, a melhor escola é aquela que oferece currículo internacional, em que toda a proposta pedagógica é de outro país.
A alfabetização bilíngue traz vantagens ao processo cognitivo infantil
Embora pesquisas pedagógicas já há alguns anos tenham derrubado a ideia de que ensinar 2 idiomas pode confundir as crianças na alfabetização, quando é realizado o aprendizado da codificação e decodificação da língua escrita, é preciso que a escola cuide da forma de introduzir a leitura e a escrita. No caso das escolas bilíngues, a criança não passa por 2 processos de alfabetização, mas por apenas um na língua materna. A transferência para a segunda língua acontece naturalmente. Isso está relacionado ao processo chamado de letramento, que diz respeito ao envolvimento no universo da leitura e da escrita, para além da alfabetização.
Assim, ao contrário do que ocorre nas escolas tradicionais, em que a alfabetização se dá primeiro na língua materna e só então no segundo idioma do currículo, nas escolas bilíngues e internacionais, os alunos adquirem o letramento de forma simultânea nos dois idiomas. E esse método traz vantagens importantes ao processo cognitivo da criança. Isso porque, precisando lidar desde cedo com 2 idiomas, ela logo aprende a perceber as estruturas de funcionamento de cada língua. E esse conhecimento facilita o aprendizado de regras gramaticais e o entendimento de diversos outros conceitos relacionados à linguagem. Além disso, como alternam constantemente entre 2 línguas no dia a dia, os alunos bilíngues têm mais facilidade para se adaptar a situações inesperadas, bem como mais desenvoltura diante de culturas e realidades diferentes das suas.
O Brasil tem mais de um tipo de escola bilíngue
Como o Ministério da Educação brasileiro não estabeleceu uma regulamentação sobre a educação bilíngue, não existe uniformidade nos sistemas das instituições com essa característica no país. Nessas escolas, as disciplinas do currículo são as exigidas pelo MEC, mas as aulas são ministradas tanto na língua-alvo quanto em português. Ou seja, a segunda língua não é uma disciplina apenas, mas sim um veículo de imersão. Aulas de matemática, história, literatura, geografia e educação física, por exemplo, são também ministradas em outro idioma. A proporção costuma ser de quase 50% em cada idioma.
No caso das escolas bilíngues, portanto, os alunos têm aulas em 2 idiomas e não apenas de 2 idiomas, como nas escolas de idiomas tradicionais. Entre as muitas vantagens que esse ensino traz estão a melhoria na concentração e nas habilidades linguísticas, uma maior adaptabilidade e flexibilidade diante de diferentes situações, a redução da possibilidade de contrair doenças neurológicas e degenerativas no futuro e um aumento na facilidade para aprender ainda outros idiomas.
Segundo definição da Organização das Escolas Bilíngues (OEBi), para ser considerada integrante desse setor, a instituição precisa ter uma carga horária mínima diária na segunda língua. O percentual é maior nos primeiros anos da Educação Fundamental e diminui até o Ensino Médio: 75% no infantil, ⅓ no fundamental e ¼ no médio.
O currículo internacional forma cidadãos do mundo e para o mundo
Por outro lado, se a intenção dos pais é formar um cidadão do mundo, uma escola com currículo internacional é a melhor escolha. Isso porque toda a educação é promovida a partir de uma metodologia estrangeira, inclusive com o calendário diferenciado. Isso significa, por exemplo, que as férias de verão escolares serão nos meses de julho e agosto, obedecendo à agenda do hemisfério norte. Assim, essas instituições são mais indicadas para quem precisará morar fora ou pretende viver em outro país no futuro.
Em uma escola de currículo internacional, não apenas as lições são ministradas em inglês, como os conteúdos de história e geografia, por exemplo, são focados na América do Norte, com professores estrangeiros. Nesse modelo de high school, o aluno aprende como se vivesse em outro país, o que faz com que o currículo inclua temas pouco comuns nas escolas brasileiras, como psicologia e planejamento de carreira.
Algumas escolas brasileiras já oferecem hoje um modelo misto, em que o ensino é ao mesmo tempo bilíngue, com aulas ministradas também em português em cumprimento do currículo exigido pelo MEC, e internacional. Essas instituições oferecem a chamada dupla certificação, que qualifica o aluno para o ingresso tanto em cursos de graduação no Brasil quanto no exterior.
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