É incrível como, até os 3 anos de idade, a criança já consegue se comunicar plenamente na língua materna, não é? Isso acontece devido à imersão, além da facilidade de aprendizado nas primeiras fases da vida. Nesse sentido, frequentar uma escola bilíngue na primeira infância representa a aquisição mais rápida, eficaz e natural de um segundo idioma.
E não é difícil entender a relevância desse conhecimento nos dias de hoje. Afinal, tanto as relações culturais, como acadêmicas e profissionais ultrapassam as barreiras de um território. Ser fluente em um segundo idioma é sinônimo de mais oportunidades e novas possibilidades. Para além disso, é uma necessidade que tende a se tornar cada vez mais exigida.
Neste conteúdo, você vai entender mais sobre as vantagens da educação bilíngue para crianças e conferir os principais mitos e verdades sobre o assunto. Acompanhe!
A importância da escola bilíngue na primeira infância
Já comentamos um pouco sobre as vantagens do aprendizado de inglês para o futuro: um novo mundo de oportunidades profissionais, culturais e pessoais se abre para a pessoa que já vem com o segundo idioma na bagagem.
No entanto, a importância de adquirir esse conhecimento desde cedo vai além e tem impactos até mesmo na capacidade cognitiva da criança. Na tese de doutorado apresentada à Universidade de São Paulo (USP), a psicóloga e pesquisadora Elizabete Flory comenta sobre isso.
Ela explica, com base em pesquisas realizadas ao longo do século 20, que há uma forte relação entre a antecipação e melhora da capacidade de respostas cognitivas e o bilinguismo precoce, entre outros aspectos importantes do desenvolvimento infantil, que são potencializados devido ao estímulo em aprender uma outra língua.
Os 7 principais mitos e verdades sobre a escola bilíngue
A escola bilíngue nem sempre é conhecida pelas pessoas. É nesse cenário que surgem muitos mitos a seu respeito. A seguir, confira o que é verdade e o que não é sobre o assunto!
1. As crianças ficam confusas aprendendo dois idiomas ao mesmo tempo
Mito! O aprendizado do segundo idioma desde cedo não prejudica em nada o desenvolvimento da língua materna. Por isso, os pais não precisam se preocupar quanto à proficiência do pequeno em português: a criança absorverá os dois idiomas, sem qualquer prejuízo a um ou ao outro.
2. A escola bilíngue traz resultados melhores do que cursos de idiomas
Verdade! Colocar a criança em escola bilíngue e no curso de inglês não é a mesma coisa. No segundo, os alunos aprendem o segundo idioma sob a perspectiva da gramática e sem uma verdadeira imersão, já que os funcionários falam em português e, às vezes, o próprio professor explica a matéria em nossa língua.
Já em escola bilíngue e internacional, a criança tem o contato com o inglês de forma muito semelhante à imersão dos bebês em sua língua materna, principalmente em relação ao tempo de exposição às conjugações, composição de frases e sotaques.
Por isso, o aprendizado vem com naturalidade e é muito mais eficaz. Acredite: há muita diferença entre aprender inglês e aprender EM inglês.
3. Quanto mais cedo a criança aprende um segundo idioma, melhor a pronúncia
Verdade! Para falar, nós produzimos vários sons, que são articulados no chamado aparelho fonador, que inclui a boca e a laringe. Acontece que os fones não são os mesmos para todas as línguas, o que quer dizer que nem todas as possibilidades de articulação sonora são usadas em determinado idioma.
Por exemplo, se você não fala inglês, pode ter dificuldade em produzir o som do “th”, como em “think”, que é articulado com a ponta da língua entre os dentes, já que esse som não existe no português. A tendência é falar algo como “tink” ou “fink”, já que os sons de “t” e de “f” são comuns na nossa língua e, por isso, facilmente articulados.
Algumas produções, como os cliques de línguas africanas, são praticamente impossíveis de serem realizadas com perfeição por falantes não nativos. Quanto mais velhos ficamos, mais dificuldade temos em aprender articulações novas. Afinal, o aparelho fonador vai se atrofiando e se acomodando aos sons que são produzidos diariamente na língua materna.
Já as crianças têm um aparelho fonador novinho em folha e completamente apto para desenvolver diversos fones das línguas do mundo. Por isso, quanto mais cedo elas começam a falar um segundo idioma, melhor a pronúncia se aproximará da de falantes nativos.
4. A escola bilíngue só é útil se a família pretende morar no exterior
Mito! Como você viu, o segundo idioma é, hoje em dia, sinônimo de oportunidades. Para vivências culturais, consumo de produções artísticas estrangeiras, viagens e experiências profissionais, por exemplo, ter esse conhecimento será de grande valia para a criança no futuro.
Então, mesmo que a família não tenha planos de sair do país, proporcionar esse aprendizado aos pequenos não perde nenhuma vantagem.
5. Os pais precisam saber o idioma da escola bilíngue dos filhos
Mito! A escola bilíngue já funciona como um ambiente de imersão e de referência no segundo idioma. Então, em casa os pais podem tranquilamente falar em português com os filhos, sem que isso prejudique o aprendizado deles.
Embora a criança possa misturar os dois idiomas em alguns momentos da aquisição, ela naturalmente vai entender que, na escola, deve falar em inglês e, em casa, no idioma nativo.
6. A criança pode frequentar a escola bilíngue em qualquer idade
Verdade! Não há qualquer impedimento para o ingresso de crianças maiores em escolas bilíngues aconteça. Instituições de ensino bem preparadas estão aptas a receber corretamente alunos de diferentes faixas etárias, com toda a estrutura pedagógica necessária para cada caso.
Mas, de acordo com uma pesquisa conduzida por cientistas britânicos e divulgada pelo portal da BBC, a janela dos 2 aos 4 anos de idade é a mais indicada para a fluência precoce. Há evidências de que, nessa fase, a criança tem um número crítico de ligações sinápticas fundamentais para o desenvolvimento da linguagem.
7. Na escola bilíngue, as matérias tradicionais são deixadas de lado
Mito! Essa modalidade traz todas as matérias da grade curricular comum nacional, mas o ensino é feito em inglês. Ou seja, ela não deixa de ser uma instituição de ensino básico! Portanto, os pais podem ficar tranquilos quanto ao cumprimento dos currículos de cada ano escolar.
A busca pela escola ideal para as crianças
Diante de tudo o que vimos, a ansiedade para matricular o pequeno em uma escola bilíngue deve ter aumentado, não é? Mas é fundamental escolher uma boa instituição para garantir todos os resultados positivos dessa abordagem. Algumas dicas são:
- conheça a metodologia de ensino;
- veja se há preparo pedagógico para acolher crianças que nunca tiveram contato com o segundo idioma;
- confira os materiais de apoio utilizados;
- priorize as escolas em que há maior exposição do inglês em número de horas;
- certifique-se de que a estrutura do local é interessante;
- não se esqueça de checar a qualidade do currículo dos conteúdos tradicionais;
- avalie a relação de custo-benefício, de acordo com os diferenciais da instituição.
Depois dessa leitura, você conseguiu tirar suas principais dúvidas sobre a escola bilíngue na primeira infância? Nunca é demais reforçar: a aquisição de um segundo idioma a partir da imersão e logo nos primeiros anos de vida se dá de forma natural e muito mais eficaz, o que garante diversas vantagens para a criança.
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