Ao enfatizarem principalmente conteúdos formais de aprendizado, muitas escolas e até mesmo os pais acabam se esquecendo da importância das brincadeiras. Mas, na verdade, os jogos também se configuram como instrumentos responsáveis pela construção do conhecimento, viu? Linguagem natural para os pequenos, as brincadeiras devem sim ser estimuladas, pois não só facilitam o processo de ensino como são formas de expressão únicas das crianças.
Mas antes de inserir a criança no universo das brincadeiras lúdicas, os pais devem ter consciência de sua real capacidade, certificado-se de que a atividade está de acordo com a faixa etária. Um jogo de adivinhação, por exemplo, pode ser uma tarefa muito difícil para a garotada que ainda nem completou o processo de alfabetização. Já brincadeiras que dependem apenas de aspectos físicos, como morto ou vivo e amarelinha, podem ser feitas sem restrições. O segredo está em ter bom senso para avaliar quais são os jogos mais apropriados.
Jogos de imaginação e atividades em grupo, por exemplo, possibilitam a incorporação de valores e virtudes essenciais, desenvolvendo tanto aspectos sociais como educacionais. Por isso, nada de tecnologia por hoje! Abordaremos abaixo algumas brincadeiras de criança que devem ser ensinadas para estimular o conhecimento dos filhos, dando inclusive dicas sobre o método para organizá-las. Então vamos brincar?
Adedanha (popularmente conhecida como stop)
Papel, lápis e conhecimento: são apenas esses os itens necessários para a brincadeira. Estimulando a criatividade da garotada, a adedanha é em um jogo de palavras em que os participantes devem citar países, nomes, marcas, cantores, alimentos, frutas, animais, automóveis, filmes, cores, times, objetos e o que mais desejarem, desde que se iniciem com uma letra específica.
Para descobrir qual será a consoante ou a vogal da rodada, cada competidor deve mostrar uma quantidade de dedos, que serão somados e corresponderão a uma letra do alfabeto. O primeiro a finalizar o conteúdo deve dizer adedanha ou stop! A pontuação é dada por itens: sem reposta não marca ponto, respostas iguais às dos demais participantes equivalem a 5 pontos e respostas diferentes resultam em 10 pontos. O vencedor será quem obtiver o placar mais alto.
Telefone sem fio
Outro clássico das brincadeiras de crianças é o telefone sem fio, que demanda unicamente imaginação e criatividade. Estimulando o ato de brincar em si, o telefone sem fio na verdade não é uma competição. E o mais legal é que absolutamente toda a família pode participar da diversão. Para a brincadeira, os participantes precisam ficar enfileirados ou em círculo, com a primeira pessoa criando uma frase qualquer e repassando baixinho no ouvido do próximo da fila. E assim o conteúdo vai andando até chegar à última pessoa, que deverá falar em voz alta o que ela escutou. Acertando a mensagem, o primeiro participante vai para o final da fila. Simples, não?
Morto ou vivo
Quem é que nunca se divertiu brincando de morto ou vivo? Sem recursos ou aparelhos externos, essa brincadeira é Ideal para estimular a concentração da garotada, exigindo apenas a disposição dos participantes. O grupo deve selecionar um mestre, que alternará seus comandos entre morto, quando as crianças devem ficar abaixadas, e vivo, quando é preciso ficar em pé e levantar os braços. O ritmo da brincadeira é gradualmente acelerado, sendo cada vez mais difícil cumprir as ordens do mestre. Quem erra sai do jogo e quem permanece até o final é o novo capitão!
Amarelinha
Tradicional brincadeira infantil, a amarelinha também é conhecida como macaca, maré e avião. Independentemente do nome, seus benefícios são inegáveis: desenvolvimento do equilíbrio e da coordenação, além do incentivo ao aprendizado social. Para brincar de amarelinha, desenha-se no chão quadrados vazados formando uma cruz, com um semicírculo em umas das pontas, local em que será escrita a palavra céu. Abaixo, há a casa correspondente ao inferno e ainda as asas, áreas de descanso que permitem o equilíbrio com os dois pés.
A brincadeira se inicia com o arremesso de uma pedrinha na casa número 1, na próxima rodada na casa número 2 e assim sucessivamente. Cada casa exige pulos com 1 pé só, sem sair da linha. Além do mais, onde a pedra está não deve ser contado, pulando a casa toda. Quem chegar ao fim tendo pulado corretamente todas as casas, de acordo com as regras estabelecidas, será o ganhador.
Perfil
Jogo com cartas que contemplam informações sobre episódios e personagens históricos, além de lugares, pessoas e objetos, o Perfil ajuda as crianças a desenvolver habilidades de associação e dedução, além de consolidar conhecimentos gerais. Com dicas específicas, os jogadores devem acertar o perfil em questão por meios dos dados fornecidos nos cartões. Quanto menos dicas forem necessárias para fazer a adivinhação, mais pontos a rodada valerá.
Escolinha
Simulando os processos inerentes a uma escola de verdade, as crianças usam bastante a criatividade nessa brincadeira. Criar um mundo imaginário faz muito bem ao desenvolvimento da área social, da linguagem e das habilidades cognitivas da garotada. Colocado-se nos papéis de professores, diretores ou até mesmo de estudantes, os pequenos inventam um cenário próprio para representar o cotidiano escolar. A atividade também ajuda a exercer a liderança, além de reforçar comportamentos essenciais para se tornarem alunos de destaque.
Forca
Na forca, um participante escolhe determinada palavra e coloca sua primeira letra em um papel, ao lado de um desenho representando uma forca. É preciso também fazer tracinhos referentes à quantidade de letras que compõem a palavra. O outro jogador sugerirá letras isoladamente, de acordo com o que pensa caber ali. Se as sugestões realmente estiverem presentes na palavra, deverão ser registradas nos lugares correspondentes. A cada erro, porém, desenha-se uma parte do corpo na forca. Até o final do enforcamento, o jogador deve acertar a palavra. Já se o enforcador se equivocar na ortografia, precisará pagar um prenda e a rodada será cancelada.
Como já dizia o célebre físico Albert Einstein, “a criatividade é a inteligência se divertindo”. Então, independentemente de quais forem as brincadeiras de criança escolhidas, o fundamental é estimular atividades manuais que não dependam exclusivamente da tecnologia, proporcionado assim a interação entre amigos e familiares, desenvolvendo também o raciocínio e a imaginação.
Agora nos conte aqui: de que brincadeira você mais gostava na sua infância que quer compartilhar com seus filhos? Participe! E não deixe de também ler sobre a importância da leitura para o desenvolvimento da criança!